Por: Donda Albuquerque - Maceió, 01 de Novembro de 2008
“O cidadão anônimo. Ser individual. Ser coletivo.”
Foi com este pensamento com que fui fazer a intervenção “Afogamento”. Na intervenção pude contar com a Laís , que realizou a intervenção junto comigo, e também com o Thiago , que nos deu o apoio e registrou a intervenção. Descrevendo tecnicamente a intervenção - os interatores deveriam realizar um jogo corporal com base no “contato de improvisação” e, ao mesmo tempo, estabelecer uma relação com o elemento água (buscando um afogamento). Começamos por um alongamento, após este permanecemos parados durante um tempo, cada um de um lado de um balde com água. Comecei por procurar pelo olhar da Laís, que já estava olhando para mim. Começamos a nos aproximar um do outro e logo começamos a nos relacionar fisicamente. Aos poucos esse jogo se tornava mais claro para mim. Percebi que estávamos realizando uma relação de opressor x oprimido, mas não com papéis definidos de que quem oprimia e de quem era oprimido, mas esses dois estados se revezavam entre Laís e eu. Comecei a procurar por situações na minha vida que eu passei por tais estados. O afogamento propriamente dito só aconteceu no final da intervenção, mas para mim soou mais como uma purificação, a água limpava o ser construído pela relação de poder. Um ponto marcante foi o abraço, recorrente durante toda a intervenção.
Pude constatar que realmente somos anônimos sociais, que se não fosse essa ação extra-cotidiana, nós não seriamos percebidos. Está ação não passa despercebida pelo olhar do público, que reage a ela como uma apresentação, mesmo sem saber ao certo o “o que?” e o “por quê?” da ação e mais ainda, eles vêem quem a realiza, mas não sabem quem são.
Esta intervenção tem um caráter espetacular, diferente de intervenções com ação mais sutis, onde o espectador torna-se elemento ativo sem perceber a intervenção e passa a participar da ação.
Um comentário:
INTERESSANTE QUE QUANDO EU FIZ ESTA INTERVENÇÃO ANO PASSADO... TAMBÉM SENTI ESTA REMEMOR/AÇÃO DO JOGO DE PODER, LEMBRANDO OUTRAS SITUAÇÕES COTIDIANAS DE OPRESSOR X OPRIMIDO...
ACHO QUE É UM ASPECTO SOCIAL QUE AMPLIAMOS NESTA INTERVENÇÃO E FICA MUITO EVIDENTE...
QUE VENHAM OUTRAS!!
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