sexta-feira, 7 de novembro de 2008

RELATÓRIO SOBRE INTERVENÇÃO “ARARA DANÇANTE”



Por: Donda Albuquerque - Maceió, 07 de Novembro de 2008


Repensando os espaços. Tive a oportunidade de chegar um pouco antes ao especo determinado para a intervenção de hoje, “Arara Dançante”, o local seria o canteiro da Avenida Fernandes Lima, próximo ao monumento em homenagem ao guerreiro alagoano. Neste espaço não teríamos como transportar a arara até lá, então a idéia era amarrar um varal nas árvores, mas quando cheguei lá percebi que não havia muitas árvores e as que existiam eram muito próximas, então liguei para Fabrício, que iria nos apoiar nesta intervenção e também fotografar e lhe pedi que avisasse a Tácia, que iria fazer a intervenção junto comigo, que iríamos fazer no centro mesmo.

Chegamos todos praticamente juntos ao Edifício Brêda, onde fica nossa sede, e começamos a separar nosso material para a intervenção. Separamos a arara, uma mala e aproximadamente umas 25 peças de roupa. E seguimos para o novo espaço determinado. A ação que iríamos realizar era montar a arara, tirar as roupas da mala e pendurá-las na arara, depois ligarmos nossos mp3, colocar os fones nos ouvidos, começar a dançar e trocar nossas roupas com as da arara, essa troca de roupa deveria ser constante.
Tácia me avisa que não estava com o mp3 dela, o que me irritou bastante, porque achei que isso era uma falta de compromisso e organização já que a intervenção estava marcada há uma semana. Mas quando começamos a realizar nossas ações, na hora em que coloco os fones no ouvido vejo Tácia imitando minha ação, achei muito engraçado e ao mesmo tempo funcional, até mesmo pela postura dela durante toda a intervenção – ela não parou de cantar. Começamos a trocar de roupa e a dançar, muito felizes por sinal, por causa dos fones e o som muito alto eu não pude ouvir o que as pessoas diziam, mas percebi que olhavam bastante e comentavam muito. Duas senhoras de idade avançada pararam bem do meu lado, uma muito sorridente e a outra com uma cara mais fechada, fui para junto delas e comecei a dançar convidando-as para juntarem-se a nós, tive a impressão que a senhora mais sorridente ia embarcar na intervenção junto com a gente, mas a outra senhora começou a puxá-la pelo braço e logo foram embora, uma pena. Logo depois disso a arara caiu em cima de mim, umas pessoas gritaram, eu corri e segurei uma parte da estrutura, a Tácia segurou a parte de cima e começou a dança com ela e houve o homem que trabalhava numa obra da prefeitura que estava próximo da gente assistindo tudo que me ajudou a erguer a estrutura e montá-la novamente. Muito bacana ele. Das poucas coisas que ouvi, estão as seguintes frases: “que palhaçada”, “são palhaços”, “eles estão criticando alguma coisa”, “é arte deles”... Para encerrarmos a intervenção Tácia e eu vestimos todas as peças de roupa, umas por cima das outras, eu desmontei a arara e a Tácia fechou a mala. Seguimos em direção ao Edifício Brêda cantando e dançando.

Fiquei com muita vontade de repetir esta intervenção, mas com mais interatores e também colocar uma placa pendurada na arara convidando as pessoas a juntar-se a nós, ou “cuidado artistas trabalhando”, sei lá.

*Fotos de Fabrício Barros

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