Saí atrás de Natalinha com a câmera na mão fotografando as pessoas que aceitavam abraçá-la como se fosse a coisa mais normal do mundo, fotografar dois estranhos se abraçando. A princípio as pessoas nem me notaram ou se notaram não deixaram de aceitar abraçá-la por conta da minha presença.
Achei tão bonito esse momento.
Esse também foi um momento bem doce e bonito.
Um comentário:
Tive a sensação depois de fazer essa intervenção de que às vezes as pessoas sentem medo de compartilhar algo tão simples como um abraço. Teve momentos que eu pedia o abraço e as pessoas ficavam me perguntando se era apenas um abraço, se eu ia querer algo mais, ou uma pegadinha. Me remeteu muito a intervenção "despacho", realizada pelo Jorge Schutze, que algumas pessoas que conversavam comigo indagavam se ele queria apenas dançar... como eu queria apenas um abraço. Outra observação é que as pessoas mais jovens tinham um certo bloqueio para aceitar a proposta de me dar um abraço, já os mais velhos davam abraços mais calorosos e quase todos me desejavam um bom dia. Fiquei pensando como é estranho essas relações que a sociedade impõe de que tudo é na base da troca, imagine só se eu comprasse um abraço... será que as pessoas me venderiam?! Acho que sim, mas prefiro não saber.
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